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Decisão estadual atropela debate sobre direção do MDB. Ficam todos até 2022


Foto: Lucas Amorelli (Arquivo, Diário)/

A presidente municipal do MDB, Magali Marques da Rocha, avançava na discussão interna do partido visando a convenção prevista para o final do mês. No entanto, ela e o próprio debate acabaram "atropelados", na terça-feira, com uma decisão tomada pela Direção Estadual, em resolução assinada pelos dirigentes Alceu Moreira (presidente) e Gabriel Souza (secretário geral).

Enfim, Magali estava preparada para tornar-se membro nato do Diretório Municipal, como ex-presidente, e, de repente, "ganhou" mais nove meses de mandato. Sim, os líderes estaduais transferiram a convenção para 30 de abril do próximo ano. Na prática, será ela a conduzir as discussões locais (com óbvias repercussões regionais) em torno não apenas da própria sucessão, senão que da definição de possíveis candidatos à Assembleia Legislativa e à Câmara dos Deputados.

Antes da resolução, contatada pelo colunista, Magali admitia que o cogitado para substituí-la era o ex-vereador e ex-candidato a vice-prefeito Francisco Harrisson. Mas acrescentava como possibilidade também o nome do histórico (e ex-presidente) Antonio Carlos Lemos.

Aliás, em contato eletrônico, afirmou textualmente seu pensamento: "na minha opinião deveríamos pensar em unir a disponibilidade e a experiência, assim teríamos uma chapa de consenso, dando tranquilidade ao processo". Dedução óbvia: a atual presidente gostaria de ver Harrisson e Lemos, ou vice-versa, no comando partidário. A discussão, no entanto, aparentemente está adiada.

Já no que se refere às eleições de 2022, não obstante a sua ausência (agora revogada), ela informa ter havido há poucos dias uma reunião online. Nela, o partido assumiu compromisso formal em Santa Maria com o atual deputado em exercício Roberto Fantinel, como o candidato prioritário para a Assembleia Legislativa.

E à Camara dos Deputados, onde um balaio de forasteiros emedebistas já tomou conta (e não é de hoje) do pedaço? Magali não foi definitiva, mas afirmou: "os companheiros Francisco Harrisson e o vereador Tubias Calil estão sendo muito assediados por membros do partido para aceitarem esse desafio". Será que algum deles aceitará? A ver.

Em convenção presencial, PP de Santa Maria elegerá novo diretório

Está confirmada (a menos que uma decisão superior, vide caso do MDB, contado nesta página) para o próximo sábado, dia 21, a Convenção Municipal do Progressistas (PP). E será o primeiro grande evento político presencial em Santa Maria, desde o início da pandemia. Acontecerá na Câmara de Vereadores, das 8h ao meio-dia.

É praticamente certo que uma chapa consensual será apresentada ao Diretório. O colegiado, talvez na mesma sabatina, já elege a nova Executiva. Também devem ser lançados, ainda que informalmente, nomes do PP para as eleições do próximo ano.

Por partes.

É praticamente certo que, de novo, o partido não apresentará nomes à Câmara dos Deputados, dividindo-se os militantes entre forasteiros que já apresentam base local. Da mesma forma, segue a ideia de que João Ricardo Vargas será o nome preferencial à Assembleia. Mas não se descarta, nos bastidores, a possibilidade de Roberta Leitão também concorrer. A conferir.

Quando à direção municipal, por razões pessoais e profissionais acatadas pelos demais integrantes do partido, o ex-candidato a prefeito Sergio Cechin não presidirá a sigla, como também não estará na lista de concorrentes ao Legislativo, no próximo ano. Ele seria o nome de consenso, inclusive por seu desempenho no pleito municipal de 2020, no qual consolidou sua importância interna no PP.

Desta forma, há grandes possibilidades de Mauro Bakof seguir na presidência. O colunista apurou que o militante já esteve mais reticente e até refratário à ideia. Mas, procurado por pepistas ilustres, inclusive o próprio Cechin, estaria reavaliando decisão pessoal e, mediante determinadas condições, permaneceria no cargo para novo mandato.

Entre as condições de Bakof, a quem é creditado o crescimento do número de filiados importantes à sigla, além do bom desempenho eleitoral em 2020, especialmente no Legislativo, estaria, segundo foi possível ouvir de boa fonte, a possibilidade de escolher os vice-presidentes e outros integrantes da Executiva.

Ao que se sabe, essas condições, se consensuais, não atrapalharão. De todo modo, dentro de uma semana exata se terá a resposta.

O lado destro da política gaúcha e a briga pelo apoio de Bolsonaro

Surgiu, entre o final da semana passada e o início desta, a informação de que o senador Luiz Carlos Heinze, do PP, poderia assumir o Ministério da Agricultura em lugar da deputada federal Tereza Cristina, do DEM do Mato Grosso do Sul. Faria sentido, afinal o gaúcho é representante do agronegócio tanto quanto a sul-matogrossense. Mas não é verdade.

A "fake news", segundo apoiadores do pepista, seria algo plantado por aliados do deputado federal e atual ministro do Trabalho, o demista Onyx Lorenzoni, que gostaria de ver afastado um dos concorrentes do lado destro da política gaúcha, na disputa pelo Palácio Piratini em 2022.

Pode ser. Pode não ser. Mas o fato é que há muita preocupação entre os simpatizantes e militantes mais à direita com uma possível divisão do eleitorado de ambos, facilitando a vida dos adversários de centro para a esquerda no pleito estadual. Afinal, os dois buscariam exatamente os mesmos votos no primeiro turno.

Há forte suspeita, entre os preocupados estrategistas destros, de que dependendo de como for a divisão, poderia se estar "entregando" uma vitória que, desconfia-se, nunca esteve tão possível quanto agora.

Ah, se algum tipo de acordo não sobrevier, quem terá a última palavra é exatamente aquele a quem ambos se reportam, politicamente: Jair Bolsonaro, cujo apoio Onyx e Heinze disputam com frenesi.

LUNETA

PRIORIDADE

Não há nada mais importante para o PSDB gaúcho, hoje, do ponto de vista político, do que as prévias para a escolha do candidato à presidência da República. A campanha interna pró-Eduardo Leite mobiliza todos os militantes graduados da sigla, inclusive os prefeitos, além, claro, dos parlamentares. Até listas de conhecidos além-Mampituba são feitas e seus integrantes contatados. Sim, a campanha é forte.

IMPRESSO

Algumas curiosidades se notam ao observar a relação dos votos gaúchos à PEC do Voto Impresso, na última terça-feira. Para começar, a ausência de quatro dos 31 deputados federais. Pelo menos três deles ficaram de fora pois se encontram afastado para tratamento contra a Covid-19. Ah, no caso santa-mariense, o único parlamentar local, o petista Paulo Pimenta votou contra a proposta.

VICE E VERSA

Entre os felizes (mesmo derrotados) votantes pelo volta do voto impresso estiveram os deputados tucanos Daniel Trzeciak e Lucas Redecker. Detalhe: bem na contramão, o maior tucano do Estado, Eduardo Leite, tuitou, logo após a votação: "De manhã desfilaram os tanques. De noite desfilou a democracia. Polêmica vazia do voto impresso encerrada. Agora que tal tratar de vacina, inflação, desemprego e Amazônia?"

ARCEBISPO

A exemplo do atual, Helio Rubert, o próximo Arcebispo, que assume neste domingo, Leomar Brustolin (foto), tende a apoiar as ações da economia solidária lideradas pela irmã Lourdes Dill. Uma prévia foi vista no último sábado, quando ambos estiveram em ato no Centro de Referência Dom Ivo. Dom Leomar quis saber tudo, e demonstrou entusiasmo, especialmente pela unidade com setores políticos diversos.

PARA FECHAR

É provável, para não dizer certo, que os envolvidos negarão. Mas o fato é que houve um curto-circuito entre apoiadores da comuna do deputado federal Osmar Terra e a direção do MDB santa-mariense - cobrada a acompanhar o parlamentar, quando de sua recente visita ao Hospital Regional. Ocorre que ela não foi convidada e, portanto, não se sentiu obrigada a comparecer. Sobraram faíscas.

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